segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

TOMAR AS RUAS PARA CONSTRUIR UMA UBES COMBATIVA E AVANÇAR A LUTA PELO SOCIALISMO

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) realizou em dezembro passado o seu 39° Congresso na cidade de São Paulo, mas por conta da postura de conciliação e entreguismo de sua diretoria majoritária a entidade saiu desse congresso ainda mais diminuída de sua representatividade e força na base do movimento devido a continuidade das fraudes e de acordos celebrados a revelia dos estudantes.

Durante a última gestão a prioridade apontada pela diretoria majoritária, dirigida pela UJS/PCdoB, foi de aumentar a "institucionalização" da entidade, celebrando mais acordos com o governo e nos gabinetes e se afastando ainda mais dos estudantes e suas lutas. É por conta dessa postura que a UBES se alia ao choque de ordem proposto pelo governo do Rio de Janeiro(RJ), votou a favor do aumento das passagens em Recife(PE), e enquanto o movimento social promove diversas lutas contra a prefeitura de Natal(RN) a diretoria majoritária, sem aprovar em nenhuma instância da entidade, celebrou acordo com a prefeita Micarla (PV) sobre as carteiras de estudante para se ausentar da luta conta o aumento de passagens.
Mesmo bandeiras históricas da entidade, como a defesa do ensino público e ao fortalecimento do ensino técnico foram abandonadas. Por conta do PRONATEC, projeto do governo federal que visa fortalecer o sistema S, destinando ainda mais recursos públicos, e que tem a contrariedade das entidades nacionais dos servidores (SINASEFE) e dos estudantes de escolas técnicas (FENET), a UBES vira às costas aos estudantes e nega-se a lutar contra essa medida do governo federal.
A UBES e a conjuntura nacional
Dessa forma, mesmo vivendo um momento extremamente importante no país, em que para agradar os interesses dos grandes banqueiros e especuladores o governo cortou R$ 50 bilhões do orçamento e mantém o pagamento da famigerada dívida pública que consome praticamente 50% de tudo que é arrecadado pelo governo, a UBES é incapaz de convocar uma jornada nacional ou grande luta por mais verbas para a educação.
Na prática a única defesa da entidade é de garantir uma reserva do "fundo social do pré-sal" tentando esconder da juventude brasileira o grande crime que está sendo cometido contra nossas riquezas naturais com a privatização do petróleo brasileiro através da Agência Nacional do Petróleo.
Enquanto tramita no Congresso Nacional o projeto de reforma florestal, construindo conjuntamente entre o Dep. Aldo Rebelo (PCdoB) e a Sen. Kátia Abreu (DEM) que visa diminuir as áreas de preservação e ainda anistia os que devastaram o meio-ambiente, a UBES prefere silenciar sobre o tema, não tendo aprovado nenhuma posição sobre o tema e se negado a debater em seu fórum máximo, o congresso da entidade.

Mesmo nas discussões do novo PNE, quando da Conferência Nacional da Educação, os diretores ligados a diretoria majoritária defenderem a proposta de 7% do PIB para a educação, cabendo apenas a oposição a defesa dos 10%. Para eles, "com calma tudo se ajeita" e renegam o papel da luta e da mobilização para transformação da realidade. Ainda bem que a juventude da Tunísia, Egito, Londres, Nova Iorque e do Chile escolheram outro caminho, e com muita rebeldia construíram grandes mobilizações e levantes durante todo o ano de 2011.
Quanto vale R$ 1 milhão?
Buscando dar uma nova cara a essa entidade, estudantes de todo o país se mobilizaram para o congresso da UBES, e ao chegar a São Paulo se deparam com uma cena que envergonha história de luta da entidade.
Recém-aliado do PCdoB, o prefeito de Gilberto Kassab (PSD, ex-DEM/PFL) foi o convidado de honra da diretoria majoritária. O mesmo que reprimiu violentamente as manifestações contra o aumento de passagens na capital paulista foi entusiasticamente defendido pelo presidente da UBES, sob protestos da oposição.
"Sem o prefeito Kassab esse Congresso não teria acontecido", falou o presidente. Na verdade se dependesse dele e de seu ex-partido o DEM-PFL a UBES nem existiria, pois são os representantes do antigo ARENA, partido dos militares na época da ditadura que proibiu o funcionamento da UBES e da UNE e chegou a incendiar a sede das entidades. Acontece que, segundo dados amplamente divulgados pela imprensa, a prefeitura de São Paulo liberou R$ 1 milhão para a realização do congresso.
Mas quanto vale R$ 1 milhão? Será que a independência política e moral da entidade que lutou contra a ditadura permite receber com tapete vermelho Kassab? Para a diretoria majoritária sim, e por isso é que a cada dia diminui a entidade aos seus interesses particulares e se distancia dos estudantes.
O Congresso "tremeu" com a oposição
As tentativas de golpe contra a democracia do congresso não pararam por aí. Em diversas etapas, delegados foram credenciados indevidamente com a apresentação de documentos fora do prazo estabelecido em regimento, com a implosão da etapa de Pernambuco, maior em número de estudantes e notadamente vencida pela oposição, etapa paralela na Piauí, e 16 remarcações de data e local das etapas estaduais durante todo o congresso.
Durante o congresso o desrespeito aos estudantes só aumentou. Mesmo tendo recebido R$ 1 milhão e cobrando um credenciamento de R$ 50,00 de cada estudante, os ônibus para o alojamento da oposição se atrasaram por horas, e até mesmo a alimentação faltou para centenas de estudantes.
Nada disso, porém, conteve o ânimo e o ímpeto dos estudantes. Organizados pela tese REBELE-SE e pela União da Juventude Rebelião, em todos os grupos de debate e na plenária final do congresso ficou claro de que lado estava o movimento estudantil, de como a base do movimento tem se posicionado diante desses ataques aos direitos dos estudantes, e que mais do que uma bancada no congresso estava ali presente aqueles que darão a virada no movimento estudantil brasileiro pondo fim a conciliação e recolocando a luta no centro do movimento.
Relembrando a história de luta do movimento estudantil, seus mártires e apontando os ataques que a juventude sofre em seu dia-a-dia, sendo privado a educação, com a crescente violência e a proliferação das drogas, os militantes da UJR e da tese REBELE-SE não vacilaram a apontar qual caminho deve seguir a UBES e a juventude brasileira, a de lutar contra a exploração do capitalismo e construir o socialismo como alternativa para o Brasil e para o mundo.
"Enquanto cresce em todo o mundo a luta da juventude, não podemos ficar parados e é preciso que a UBES assuma esse papel de combate por uma revolução e pelo socialismo" falou ao plenário Gladson Reis, presidente da AMES-BH e candidato da UJR a presidência da UBES.
No ano de 2012 os desafios aumentam e é fundamental que cada estudante assuma seu papel na luta em defesa da educação e do socialismo como alternativa para o nosso país. Os diretores eleitos pela oposição na UBES com certeza cumprirão com determinação e abnegação essa tarefa para que possamos, de fato, transformar as bases do movimento estudantil e ter uma entidade nacional que represente os estudantes e a luta do povo.
Conheça os diretores eleitos pela oposição:
Gladson Reis - 1° Vice-Presidente
Carlos Henrique - Dir. Relações Internacionais
Vinicius Pato - Vice-SP
Athamir Marcos - Vice-PB
Stephanye Vilela - Dir. Grêmios
Rubem - Dir. Escolas Públicas
Ana Carolina - 1° Dir. Escolas Técnicas
Eslane Paixão - 1° Dir. Mulheres

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