segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Situação Em Teresina É Fruto Da Indignação Popular

http://averdade.org.br/novo/wp-content/uploads/2012/01/ames_teresnia-250x187.jpgDesde o ano passado os estudantes de Teresina lutam contra o aumento da tarifa do transporte público e das péssimas condições do serviço prestado a população. Em agosto de 2011 a AMES – Teresina esteve à frente de várias manifestações, com estudantes das principais escolas do estado, contra o abusivo aumento de R$1,90 para R$2,10.
Acontece que no período de férias escolares de julho o valor da passagem foi reajustado para R$2,10, valendo-se desse período para inviabilizar as manifestações dos estudantes. Surpreendendo os empresários e o prefeito Helmano Ferrer, mais de cinco mil estudantes foram as ruas durante uma semana, puxando palavras de ordem como ‘Helmano, eu não aguento, a R$2,10 eu vou andar é de jumento’ e ‘Estudo, trabalho, dou duro o dia inteiro, Helmano anda de carro e ainda rouba o meu dinheiro’, mostrando sua indignação. Vários ônibus foram queimados e o centro comercial da cidade foi completamente paralisado. Sem saída os empresários se viram obrigados a cancelar o reajuste.

Os teresinenses há mais de oito anos pagam por uma integração fantasma e contam com o serviço de uma frota de coletivos sucateada, com ônibus antigos e sem nenhum tipo de acessibilidade para idosos, deficientes visuais e cadeirantes. São poucas linhas e em algumas só possuem dois ônibus, submetendo a população a intermináveis horas de espera.
Para garantir os lucros dos empresários o prefeito anunciou em dezembro um novo aumento, iniciado no dia 1° de janeiro de 2012. Em contrapartida os estudantes também não ficaram parados, e deram continuidade ao movimento contra o aumento, que dessa vez tem sido duramente reprimido desde o primeiro dia de manifestação.
O estopim da repressão aconteceu na segunda-feira (9 de janeiro), quando cerca de 50 estudantes ocuparam pacificamente uma via da Av. Frei Serafim, principal da cidade, e foram surpreendidos com a chegada de mais de 300 policiais militares, RONE, cavalaria, seguranças particulares e mais de 100 policiais do batalhão de choque. Uma cena que nunca imaginaríamos ver na nossa tão amada cidade. O resultado foi estudantes presos, muitos feridos e um em estado grave.
Enquanto vivermos nesse sistema opressor a necessidade do povo nunca será prioridade. Vamos à luta contra os aumentos, contra a repressão e a violação dos direitos humanos.
Rayça Andrade,
militante da UJR e diretora da AMES-Teresina

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